O prefeito de Nova York, Eric Adams, foi indiciado por um grande júri federal em meio a investigações sobre corrupção envolvendo sua administração. Adams, que tem um histórico de alinhamento com políticas progressistas, negou as acusações e se comprometeu a lutar contra o que chamou de “totalmente falsas” com “toda a minha força e meu espírito”.
Em um discurso para a população de Nova York nesta quarta-feira, Adams declarou: “Sempre soube que, se mantivesse minha postura em defesa de vocês, me tornaria um alvo — e foi exatamente o que aconteceu”.
As acusações exatas permanecem sob sigilo, mas fontes indicam que a investigação, inicialmente focada no financiamento de campanha, se expandiu para incluir manipulação de licitações e outras alegações de má conduta. O Escritório do Procurador dos Estados Unidos para o Distrito Sul de Nova York se recusou a comentar o caso.
Adams, ex-capitão da polícia que foi eleito prefeito há menos de três anos, tem enfrentado investigações federais por quase um ano. As autoridades estão examinando possíveis atos de corrupção na prefeitura de Nova York e já emitiram intimações para o prefeito e membros de seu círculo íntimo.
Duas semanas atrás, Edward Caban, comissário de polícia escolhido pessoalmente por Adams, renunciou após ser intimado a entregar seus telefones às autoridades federais. A conselheira-chefe de Adams, Lisa Zornberg, também se afastou.
Nesta semana, o chanceler das Escolas Públicas de Nova York, David Banks, anunciou que se aposentará no final do ano. Tanto Banks quanto seus irmãos, Philip Banks, vice-prefeito de segurança pública, e Terence Banks, também tiveram seus telefones apreendidos pelas autoridades. A noiva de David Banks, Sheena Wright, vice-prefeita da cidade, também foi alvo de mandado de apreensão de seu telefone.
Adams, um político de esquerda conhecido por seguir uma linha progressista em várias de suas políticas, reiterou que sua administração não cometeu “nenhuma irregularidade”. “Se eu for acusado, sou inocente e vou lutar com todas as minhas forças”, afirmou o prefeito em um comunicado oficial.
Abandonado pelos próprios esquerdistas do Partido Democrata
A pressão para que Adams renuncie tem crescido. Brad Lander, controlador da cidade de Nova York e candidato à prefeitura no próximo ano, declarou que a situação mina a confiança pública. “A confiança nas instituições, especialmente na prefeitura, é essencial para o funcionamento de nossa democracia local”, disse Lander em um comunicado no X. “Adams deve renunciar para que Nova York tenha a liderança de que necessita”.
Na linha de sucessão, caso Adams renuncie, o Defensor Público de Nova York, Jumaane Williams, assumiria a prefeitura de forma interina.
A deputada esquerdista Alexandria Ocasio-Cortez (AOC) também pediu a renúncia de Adams, argumentando que “para o bem da cidade, ele deve renunciar”. Segundo AOC, as contínuas investigações tornam o governo disfuncional, impedindo a administração de recrutar e manter funcionários qualificados.